“Até onde a tecnologia alcança — e onde só o bisturi funciona?”
Essa é uma pergunta que muitos pacientes fazem no consultório. Afinal, com tantos tratamentos minimamente invasivos disponíveis — como radiofrequência, bioestimuladores e ultrassom — parece cada vez mais fácil escapar do bisturi, não é mesmo?
Mas quando falamos sobre rejuvenescimento do pescoço, é essencial ser honesto: nem toda flacidez pode ser resolvida com tecnologia. E entender essa diferença é o que separa um resultado satisfatório de uma frustração.
Se você está em dúvida entre procedimentos não cirúrgicos e cirurgia plástica para tratar o pescoço, este artigo vai te ajudar a entender os limites de cada abordagem — com base científica, clareza e sem promessas irreais.
O envelhecimento do pescoço: por que essa área é tão desafiadora?
O pescoço é uma das primeiras regiões a denunciar o envelhecimento. A pele é fina, há acúmulo de gordura submentoniana (papada), o músculo platisma tende a se distender com o tempo e não há sustentação óssea forte como na mandíbula ou maçãs do rosto.
Com isso, surgem:
- Flacidez de pele
- Acúmulo de gordura na papada
- Bandas platismais visíveis (as cordas verticais do pescoço)
- Perda do contorno entre mandíbula e pescoço
Esse conjunto de alterações não costuma responder bem a tratamentos superficiais.
Tecnologias e tratamentos não cirúrgicos: até onde eles funcionam?
Nos últimos anos, tecnologias como o Morpheus8, Exilis, Ultrassom Microfocado, BodyTite e FaceTite ganharam espaço por prometerem melhorar a flacidez e estimular colágeno sem cortes.
De fato, esses aparelhos têm bons resultados quando bem indicados — principalmente em pacientes jovens ou com flacidez leve a moderada.
- Morpheus8: combina radiofrequência com microagulhamento para estimular colágeno em camadas profundas da pele.
- BodyTite e FaceTite: utilizam radiofrequência assistida por lipólise (RFAL), tratando simultaneamente gordura e flacidez.
- Exilis e ultrassons: atuam mais superficialmente, melhorando a textura e a tonicidade da pele.
Benefícios:
- Procedimentos feitos em consultório ou centro cirúrgico, sem cortes visíveis
- Rápida recuperação (em geral, poucos dias)
- Bons resultados para pacientes com pele ainda firme e contorno preservado
Limitações:
- Não reposicionam estruturas musculares nem eliminam excesso de pele
- O grau de retração é limitado (em média até 30%, podendo chegar a 50-60% com BodyTite em casos selecionados)
- Os resultados são mais discretos e temporários
- Não corrigem bandas platismais ou flacidez severa
Ou seja: para quem tem sinais iniciais de envelhecimento no pescoço, as tecnologias funcionam bem. Mas para casos mais avançados, elas não substituem a cirurgia.
Cirurgia plástica para o pescoço
Quando o objetivo é rejuvenescer de forma significativa o pescoço, eliminar a papada, corrigir flacidez acentuada e restaurar o contorno entre rosto e pescoço, a cirurgia ainda é o método mais eficaz — especialmente com técnicas modernas como o Neck Lift e o Deep Neck Lift.
O que é o Neck Lift?
O neck lift é uma cirurgia que remove o excesso de pele e reposiciona o músculo platisma, restaurando a firmeza do pescoço e o contorno da mandíbula.
Essa cirurgia pode ser realizada isoladamente ou associada ao lifting facial, dependendo do grau de envelhecimento facial do paciente. É ideal para quem tem:
- Flacidez moderada a intensa
- Papada persistente
- Bandas verticais visíveis no pescoço
- Perda do contorno mandibular
O resultado é um pescoço com aparência mais jovem, firme, definido — e com resultado duradouro, muitas vezes superior a 10 anos.
E o que é o Deep Neck Lift?
O Deep Neck Lift é uma versão mais profunda e avançada da cirurgia tradicional. Nessa técnica, o cirurgião não atua apenas na pele e no músculo platisma, mas também remove gordura profunda, reposiciona as glândulas submandibulares e estrutura a anatomia interna do pescoço.
É indicada para pacientes com:
- Estrutura anatômica desfavorável (pescoço curto ou pesado)
- Gordura em camadas profundas não acessadas por lipoaspiração
- Envelhecimento precoce com grande perda de definição
Por atuar em planos profundos, o deep neck lift promove uma transformação mais significativa e natural — e por isso vem sendo a escolha de cirurgiões plásticos especializados em face para pacientes exigentes.
Então, o que realmente funciona?
Depende do caso. Veja o que o Dr. Leandro Oshiro disse a esse respeito:
“Tecnologias como BodyTite e Morpheus8 são excelentes para quem quer prevenir a flacidez ou tratar casos leves a moderados. Os resultados são naturais, mas sutis. Já as
cirurgias como o Neck Lift e Deep Neck Lift são indicadas quando já há excesso de pele, bandas platismais ou gordura profunda, e os tratamentos não invasivos não são mais suficientes.”
E ele completa:
“É comum ver pacientes tentando adiar a cirurgia com tecnologias — e se frustrando com resultados discretos. O ideal é ser realista desde o início: em alguns casos, só o bisturi resolve. E quando realizado por um cirurgião experiente, o resultado é natural, sem “cara de operado”. O rejuvenescimento do pescoço não é uma fórmula única. Cada paciente tem uma anatomia, um grau de envelhecimento e uma expectativa diferente. O papel do médico é orientar com clareza, honestidade e responsabilidade — mostrando os limites das tecnologias e as possibilidades reais da cirurgia.”
Se você busca um pescoço mais jovem, firme e com contornos bem definidos, converse com um especialista em cirurgia facial. A melhor decisão começa com uma avaliação honesta, livre de promessas milagrosas.